Prefeitura de Vitória vai adotar cotas raciais em concursos públicos
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Píndaro
A cabeleireira Alice Melo, que se considera negra, expressou opinião positiva. "Para nós é bom, porque infelizmente ainda existe o preconceito no Brasil, como em todos os outros países. Sou a favor, com certeza", disse.
Já a dona de casa Cileide Nunes se mostrou contra. "O negro tem que mostrar que ele pode ser uma pessoa como outra qualquer. Não é a cor dele que fala, é a capacidade e a chance que ele tem na vida. Sou contra isso", expôs.
A jornalista Mônica Santos acredita que a proposta deveria ser discutida com a população. "Esse é um sistema para reequilibrar uma injustiça histórica dentro do nosso país. Acho que é interessante uma discussão com a sociedade, não puramente chegar e aplicar", disse.
Após o projeto ser sancionado pelo prefeito, terá até 90 dias para ser regulamentado. Será preciso decidir, por exemplo, como o candidato será classificado como negro. No caso das Universidades, esse processo funciona como auto declaração, ou seja, o candidato apenas expõe como se considera: branco, pardo ou negro.
Para a prefeitura, a lei é inclusiva e não discriminatória. "Na prática ela inclui, porque hoje Vitória tem mais de 50% de sua população negra. Então temos uma prática de sempre incluir essa população, que vem sofrendo desde o início da história brasileira", disse a secretária de coordenação política de Vitória, Jane Costa.