Brasil importará 6 mil médicos de Cuba para trabalhar no interior

 

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Martinho Lutero

 

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O governo brasileiro se prepara para "importar" 6 mil médicos de Cuba para trabalhar no interior do País. A intenção é que os cubanos venham com contratos temporários com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para ocupar vagas em cidades brasileiras que até hoje não têm atendimento de saúde.

A informação foi dada ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro de trabalho com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez. "Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de Medicina. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e a qual atribuímos um grande valor estratégico", informou o ministro.

Os médicos cubanos viriam por meio de contratos com a Opas como prestadores de serviço ao governo brasileiro. A intenção é que esse período seja de dois ou três anos - o prazo máximo não está definido. Seria uma forma de o governo ultrapassar as dificuldades criadas pela contratação de estrangeiros, especialmente na área de Medicina, onde há enorme pressão pela validação dos diplomas.

A intenção do governo, no entanto, é abrir espaço para os que quiserem ficar. Depois determinado o contrato via organização pan-americana, o médico estrangeiro poderá fazer o Reva-lida, exame de validação preparado pelo Ministério da Educação para poder atuar sem impedimentos no Brasil

O formato de toda essa operação ainda está sendo estudado pelo governo. Depende de uma autorização legal, que poderá ser medida provisória oú projeto de lei, "Ainda estamos formalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil e atender regiões particularmente carentes do País", disse Patriota.

A vinda dos médicos começou a ser negociada durante a : visita dapresidente Dilma Rousseff a Cuba, em janeiro de 2012. E, apesar da resistência de enti-; dades de classe, tem a chancela : dela. A intenção não é trazer ; apenas cubanos, mas também espanhóis e portugueses. Cuba, no entanto, foi o primeiro país a oferecer um número significativo de profissionais de saúde.

Déficit. O Brasil tem, de acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde, pelo menos 455 municípios onde não há nenhum médico. Na Região Norte, a média é 0,8 por mil habitantes e, no Nordeste, 1 por mil, enquanto a OMS preconiza 1,5 por mil.



O Estado de S. Paulo - 07/05/2013

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