Desemprego no DF - Taxa menor na baixa renda
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Friedrich Nietzsche
Desde abril deste ano, a quantidade de desempregados tem diminuído no Distrito Federal, mas ainda não o suficiente para equalizar a taxa da capital com a média do país. “Nesses últimos meses, o que a gente percebe é geração de postos no DF a um ritmo mais acelerado que as outras regiões metropolitanas”, explica Daniel Biagioni, analista do Dieese.
Cidades de renda intermediária e mais baixa foram os locais onde a diminuição da taxa de desemprego foi mais significativa. No grupo que reúne Gama, Taguatinga e Guará, além de outras seis cidades, a queda foi de 3,9%. No de baixa renda, que compreende cidades como Santa Maria, Ceilândia, Samambaia e mais quatro regiões administrativas, a queda foi de 11,3%.
O setores de comércio e serviços são os principais responsáveis pelas novas vagas. Foram 42 mil nos últimos 12 meses. “A vocação do Distrito Federal é para o comércio e os serviços. Somos uma cidade administrativa e com indústria pouco participativa”, afirma Adelmir Santana, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) do DF.
Esses segmentos absorveram parte da mão de obra que deixou de ser contratada pela indústria, que neste ano freou as contratações. Mesmo assim, o setor fechou até novembro com saldo de 3 mil vagas a mais que em 2011. “A criação de empregos é um indicador de como o empresário está sentindo o mercado. Se ele não contrata ou contrata pouco, é porque o cenário não está positivo para a indústria do DF”, analisa Diones Cerqueira, economista da Federação das Indústrias do DF.
Rendimento
Enquanto criar ocupações é um desafio para o governo e para os setores produtivos do DF, o salário não é o problema. Principalmente para quem trabalha no serviço público. A renda média do trabalhador é de R$ 2.247, a maior do país. Entre os funcionários do setor público e do privado, a diferença salarial é de quatro vezes. O servidor ganha, em média, R$ 5.321, e o trabalhador de empresa privada, R$1.322. Essa diferença fez a nutricionista Luana Porto, 25 anos, pedir demissão do restaurante em que trabalha. “A iniciativa privada paga mal no DF. Agora, vou fazer consultoria e olhar editais de concursos para a minha área”, diz.
Correio Braziliense - 27/12/2012