Um concurso vira escada para outro, que pague mais

 

Para quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve.

Lewis Carroll

 

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Planejamento diz que tem procurado corrigir distorções


Um profissional formado em ciências contábeis pode ganhar R$ 3.687, se for aprovado no concurso da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo, ou R$ 6.611,39 caso passe para o Conselho Nacional de Justiça, em Brasília - os dois processos de seleção estão em andamento. Segundo Mônica Pinhanez, professora da Ebape/FGV, a discrepância acaba contribuindo para um fenômeno comum no mundo dos concursos: o uso de seleções como "escada":

- Existem casos em que a diferença chega a mais de R$ 10 mil entre gestão estadual e federal. Por isso, frequentemente, candidatos utilizam concursos que pagam menos como uma escada para um cargo na esfera federal. Mesmo empossados, continuam estudando para tentar passar em outro concurso, que pague melhor.

Uma situação que pode provocar perdas para os cofres públicos de diferentes esferas.

- Se um órgão perde uma pessoa qualificada, aprovada via concurso, isso vai custar caro: tanto a dispensa desse profissional quanto a contratação de um novo por meio de seleção pública - diz Mônica.

O Ministério do Planejamento, que autoriza a realização dos certames nos ministérios, autarquias e fundações do executivo federal, informa, em nota, que vem procurando corrigir as diferenças de salários: "Onde são detectadas estas discrepâncias têm-se buscado solucioná-las com a aproximação ou equiparação das remunerações. A velocidade deste processo depende de questões orçamentárias, técnicas e negociais com as categorias, posto que muitas vezes as discrepâncias são históricas e sua correção demanda um esforço de alguns anos para a implementação total".


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